sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

- Principais conceitos sobre áudio e amplificadores de áudio


(publicação original: Jornal Ícone - Ed. 192 - Fev/2012)


1.1         O Áudio e a audição humana

 

          A palavra áudio origina-se do latim audio, primeira pessoa do verbo audire, que significa ouvir. Alguns autores defendam a opinião de que são poucos os campos do conhecimento tão sujeitos a erros, declarações falsas ou confusão quanto o áudio. Porém, tecnicamente, áudio pode ser entendido como qualquer fenômeno sonoro que o ouvido humano possa perceber dentro da faixa que compreende 20Hz a 20kHz.

O ouvido humano é capaz de detectar vários níveis de intensidade sonora além de grande extensão do espectro audível sem ser prejudicado. Por exemplo, pode-se ouvir desde o ruído de moléculas de ar se movimentando até a bateria de uma escola de samba ou ainda a decolagem de um grande avião. Se comparado com a visão, que cobre cerca de uma oitava das frequências das ondas eletromagnéticas do espectro visível, o ouvido humano tem uma extensão dez vezes maior, ou seja, pode distinguir até dez oitavas dentro do espectro audível.

A resposta de frequência audível chega a cobrir a faixa de 20Hz a 20kHz para pessoas jovens. Porém, não é uma relação linear, pois a sensibilidade varia com a frequência. Além disso, é fortemente dependente do nível sonoro, sendo muito mais plana em níveis altos do que em níveis baixos.

1.2         Sinais de áudio

 

Sinais de áudio são todos os fenômenos captados pelo ouvido humano. Possuem as características apresentadas a seguir.

1.2.1        Volume

 

Representa a amplitude do sinal de áudio. Assim como várias das sensações humanas são de natureza logarítmica, a audição não é diferente. Por exemplo, tem-se um amplificador de áudio com 10W de potência e deseja-se obter o dobro do volume sonoro. Para isso, será necessário um amplificador com 100W de potência. Novamente, desejando-se dobrar outra vez o volume, será necessário um amplificador com 1000W. Observa-se que nos dois casos as potências foram multiplicadas por dez, fazendo com que a base dez seja indicada para medição de nível sonoro.

A unidade de medida adotada para quantizar o nível sonoro é o decibel (dB), que é uma medida de razão entre duas quantidades cujo nome é em homenagem ao inventor Alexander Graham Bell. O exemplo a seguir ilustra a aplicação do dB ao se comparar a razão entre duas potências:

Exemplo 1

A potência de um amplificador de áudio de 100W foi aumentada para 600W. A respectiva variação em dB é dada por:



Como o dB é uma quantização apenas comparativa, é necessário que haja algum valor de referência para que ela possa ser utilizada. Assim, quando um valor de referência é adotado, o mesmo passa a ser 0dB e os demais valores referenciados a ele se tornam positivos ou negativos conforme sejam maiores ou menores.

Para efetivamente representar os limiares da audição humana em nível, adota-se a escala logarítmica em dB conhecida como dBSPL, cuja sigla SPL remete ao termo em inglês Sound Pressure Level, ou seja, Nível de Pressão Sonora, tendo como referência o valor de 20μN/m2. Dessa forma, o valor de 0dBSPL corresponde ao menor ruído audível capaz de ser detectado.

            A audição humana média está compreendida em frequência entre os limiares 20Hz e 20kHz e em amplitude entre os limiares 0dBSPL e 120dBSPL, sendo que para sons acima de 120dBSPL começamos a sentir grande desconforto e dor. Dessa forma, a Figura 1 pode ser traçada representando a resposta do ouvido humano.


Figura 1Janela da audição humana


            Alguns autores defendem que a menor variação em amplitude que pode ser detectada pelo ouvido humano médio está compreendida entre 0,5 e 1,0dB para situações reais, o que corresponde a 10% de variação. Complementarmente, a menor variação em frequência que pode ser percebida é de 0,2% de variação na faixa que compreende 500Hz a 2kHz.

1.2.2        Timbre

 

É a qualidade distintiva que os sons possuem e é através dela que podemos distinguir entre um som e outro quando ambos têm a mesma frequência e volume (mesma nota musical). O timbre é resultado da diferença da quantidade de harmônicos coexistentes com a frequência fundamental.

1.2.3        Frequência

 

Corresponde à altura ou afinação do som, que pode ser mais grave ou mais aguda, de acordo com a frequência da componente fundamental.

(publicação original: Jornal Ícone - Ed. 192 - Fev/2012)



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