sábado, 29 de dezembro de 2012

- Fender Bassman 50, silverface, ano 1974


Fender Bassman 50, silverface, ano 1974.

Amplificador em ótimo estado e incrivelmente original. Muito volume, e a partir da metade satura lindamente.

 
 
 
 
 


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

- Principais conceitos sobre áudio e amplificadores de áudio


(publicação original: Jornal Ícone - Ed. 192 - Fev/2012)


1.1         O Áudio e a audição humana

 

          A palavra áudio origina-se do latim audio, primeira pessoa do verbo audire, que significa ouvir. Alguns autores defendam a opinião de que são poucos os campos do conhecimento tão sujeitos a erros, declarações falsas ou confusão quanto o áudio. Porém, tecnicamente, áudio pode ser entendido como qualquer fenômeno sonoro que o ouvido humano possa perceber dentro da faixa que compreende 20Hz a 20kHz.

O ouvido humano é capaz de detectar vários níveis de intensidade sonora além de grande extensão do espectro audível sem ser prejudicado. Por exemplo, pode-se ouvir desde o ruído de moléculas de ar se movimentando até a bateria de uma escola de samba ou ainda a decolagem de um grande avião. Se comparado com a visão, que cobre cerca de uma oitava das frequências das ondas eletromagnéticas do espectro visível, o ouvido humano tem uma extensão dez vezes maior, ou seja, pode distinguir até dez oitavas dentro do espectro audível.

A resposta de frequência audível chega a cobrir a faixa de 20Hz a 20kHz para pessoas jovens. Porém, não é uma relação linear, pois a sensibilidade varia com a frequência. Além disso, é fortemente dependente do nível sonoro, sendo muito mais plana em níveis altos do que em níveis baixos.

1.2         Sinais de áudio

 

Sinais de áudio são todos os fenômenos captados pelo ouvido humano. Possuem as características apresentadas a seguir.

1.2.1        Volume

 

Representa a amplitude do sinal de áudio. Assim como várias das sensações humanas são de natureza logarítmica, a audição não é diferente. Por exemplo, tem-se um amplificador de áudio com 10W de potência e deseja-se obter o dobro do volume sonoro. Para isso, será necessário um amplificador com 100W de potência. Novamente, desejando-se dobrar outra vez o volume, será necessário um amplificador com 1000W. Observa-se que nos dois casos as potências foram multiplicadas por dez, fazendo com que a base dez seja indicada para medição de nível sonoro.

A unidade de medida adotada para quantizar o nível sonoro é o decibel (dB), que é uma medida de razão entre duas quantidades cujo nome é em homenagem ao inventor Alexander Graham Bell. O exemplo a seguir ilustra a aplicação do dB ao se comparar a razão entre duas potências:

Exemplo 1

A potência de um amplificador de áudio de 100W foi aumentada para 600W. A respectiva variação em dB é dada por:



Como o dB é uma quantização apenas comparativa, é necessário que haja algum valor de referência para que ela possa ser utilizada. Assim, quando um valor de referência é adotado, o mesmo passa a ser 0dB e os demais valores referenciados a ele se tornam positivos ou negativos conforme sejam maiores ou menores.

Para efetivamente representar os limiares da audição humana em nível, adota-se a escala logarítmica em dB conhecida como dBSPL, cuja sigla SPL remete ao termo em inglês Sound Pressure Level, ou seja, Nível de Pressão Sonora, tendo como referência o valor de 20μN/m2. Dessa forma, o valor de 0dBSPL corresponde ao menor ruído audível capaz de ser detectado.

            A audição humana média está compreendida em frequência entre os limiares 20Hz e 20kHz e em amplitude entre os limiares 0dBSPL e 120dBSPL, sendo que para sons acima de 120dBSPL começamos a sentir grande desconforto e dor. Dessa forma, a Figura 1 pode ser traçada representando a resposta do ouvido humano.


Figura 1Janela da audição humana


            Alguns autores defendem que a menor variação em amplitude que pode ser detectada pelo ouvido humano médio está compreendida entre 0,5 e 1,0dB para situações reais, o que corresponde a 10% de variação. Complementarmente, a menor variação em frequência que pode ser percebida é de 0,2% de variação na faixa que compreende 500Hz a 2kHz.

1.2.2        Timbre

 

É a qualidade distintiva que os sons possuem e é através dela que podemos distinguir entre um som e outro quando ambos têm a mesma frequência e volume (mesma nota musical). O timbre é resultado da diferença da quantidade de harmônicos coexistentes com a frequência fundamental.

1.2.3        Frequência

 

Corresponde à altura ou afinação do som, que pode ser mais grave ou mais aguda, de acordo com a frequência da componente fundamental.

(publicação original: Jornal Ícone - Ed. 192 - Fev/2012)



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

- Amplificadores valvulados para guitarra – Aparelhos Modernos X Vintage


(publicação original: Jornal Ícone - Ed. 191 - Jan/2012)

Após anos de trabalho e centenas de amplificadores vintage restaurados e consertados, sabemos o que vem a ser um ótimo timbre valvulado de guitarra e o que esperar de um grande amplificador. Assim, pudemos verificar os aspectos construtivos, tipos de componentes, layout e demais peculiaridades que funcionam melhor e que contribuem para uma ótima sonoridade global.

A idéia de que antigamente se faziam as coisas para realmente durar é válida para esses amplificadores de instrumentos musicais, e não é difícil encontrarmos aparelhos dos anos 60 ou 70 em perfeitas condições e em ótimo funcionamento. Com relação à sonoridade única desses amplificadores valvulados antigos, é coerente que se fale um pouco sobre algumas das diferenças (subjetivas ou não) entre os aparelhos vintage e os feitos atualmente. Porém, antes de comentar sobre algumas dessas diferenças, é importante que se saiba o que acontece com o sinal elétrico da guitarra ao ser amplificado.

Cada componente atua com se fosse um obstáculo para o sinal de áudio, exercendo influência no timbre final. Logo, num amplificador valvulado que utiliza vários estágios e vários componentes, cada um desses pequenos obstáculos rouba e/ou altera parte do sinal original que está sendo gerado pela guitarra, fazendo com que o mesmo precise ser (re)amplificado para compensar essa perda de intensidade e/ou informação. Em cada uma dessas compensações que se fazem necessárias, o timbre real da guitarra é bastante alterado. Como resultado, não é difícil perceber que o timbre final pode ser tudo, menos som puro de guitarra.

Dessa forma, é correto afirmar que um circuito simples com poucos componentes e poucos estágios tende a valorizar as características tonais próprias do instrumento, além de reproduzir com maior fidelidade as nuances técnicas de quem o está tocando. É nesse momento que a magia acontece. Outro fator que exerce grande influência na diferença do timbre entre amplificadores vintage e modernos é o tipo e a qualidade dos componentes eletrônicos utilizados. Por menor que possa ser essa diferença audível que determinado componente venha a exercer, ela sempre está presente – até a cor do material isolante dos fios condutores pode alterar o timbre, graças à pigmentação diferente adicionada para dar determinada coloração. 

Amplificadores Modernos 

 A quase absoluta maioria dos amplificadores valvulados atuais feitos em linha usa componentes modernos (muitas vezes digitais), como: circuitos integrados (CI), transistores, relés, varistores, optoacopladores, placas de circuito impresso capacitivas (PCB), cabos paralelos com alta capacitância, etc.

Com a idéia de proporcionar maior versatilidade ao músico, várias novas funcionalidades foram sendo implementadas nesses amplificadores ao longo do tempo, tornando seus circuitos mais complexos e utilizando ainda mais componentes e estágios.

Já foi visto que cada um desses itens atua como uma barreira e rouba parte do sinal do áudio. Logo, o resultado é um timbre camuflado, frio e artificial, uma vez que a essência do chamado “som puro de válvula” foi se perdendo ao longo do caminho que o sinal de áudio precisou percorrer.

Muitos dos ótimos componentes eletrônicos que se encontravam facilmente nos anos 60 e 70 não existem mais e os processos de fabricação passaram a ser cada vez mais automatizados para diminuir os custos de produção. Um exemplo disso é a utilização de placa de circuito impresso, que gera muito mais capacitância entre as trilhas – antigamente era frequente a montagem em placa com ilhoses.

Ainda sobre os amplificadores valvulados modernos, deve-se falar sobre a sua durabilidade e confiabilidade. Pense numa corrente com muitos elos, onde todos têm a real possibilidade de serem partidos – nessa analogia, a corrente seria o amplificador e os elos seriam os vários estágios e componentes do circuito. Agora, adicione a constante busca pelo lucro máximo e a máxima redução de custos que os fabricantes em linha buscam descaradamente. O resultado disso é um amplificador com som artificial, que nem sempre é tão barato assim, e que muitas vezes queima logo que a garantia acaba. Isso é válido também para as mais famosas e renomadas marcas de amplificadores que outrora já foram dignas do nome que carregam, porém, em tempos de tigres asiáticos, acabaram perdendo aquilo que lhes rendeu sua boa reputação: timbre, qualidade e durabilidade. 

 Amplificadores vintage originais 

Já um amplificador vintage construído minuciosamente de forma artesanal, com montagem ponto-a-ponto e com componentes e peças de boa tolerância e procedência tem o tempo de vida muito mais longo – sim, às vezes vemos amplificadores dos anos 50/60 em ótimo estado ainda, precisando apenas de umas válvulas novas.

Alguns desses amplificadores clássicos e que fizeram história tem algo em comum: é notável sua qualidade como produto realmente durável e como “máquina de timbre”. Entretanto, obviamente é necessário um ou outro reparo ao longo do tempo, como troca dos capacitores eletrolíticos, já que esses têm vida útil de não mais que 20 anos – afinal, um Mustang Fastback 1966 também precisa de pneus novos de vez em quando.

A simplicidade dos circuitos dos amplificadores antigos de boa procedência é notável, bem como suas técnicas de construção. Além disso, os fabricantes da época tinham disponíveis praticamente apenas os bons componentes e não se importavam em pagar o preço que custavam para criar um produto realmente de qualidade – ao contrário do que acontece hoje em dia, quando temos várias opções para o mesmo componente (desde a mais barata até a mais cara), e a maioria dos fabricantes em linha adota o que for mais econômico.

Naquela época também não havia tanta concorrência como existe hoje, e realmente se podia investir na fabricação de bons produtos sem dar ênfase apenas para os custos envolvidos – diferentemente do que acontece hoje em dia, com tanta oferta de produtos de origem duvidosa sendo empurrada ao consumidor.

Enfim, o somatório de todas essas pequenas coisas é o grande responsável pela criação de um produto realmente de qualidade, capaz de proporcionar um timbre único e diferenciando, além de permanecer em funcionamento após todos esses anos.

Ainda existem poucos fabricantes que adotam essa filosofia de antigamente, cujo timbre, simplicidade do circuito e qualidade dos componentes envolvidos é a maior preocupação. A JW Tubes é adepta dessa filosofia e vem buscando seu espaço com a oferta de amplificadores feitos como antigamente, para os músicos mais exigentes. Além disso, realiza manutenções e restaurações em aparelhos valvulados antigos.

Novo site: www.jwtubes.com.br